O evento foi promovido pela Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ/PB). De acordo com a governadora em exercício, esse é um momento histórico em que as mulheres de destaque na política e na magistratura se juntam para refletir sobre as cotas partidárias das mulheres na política. “O Brasil está perdendo muito em não ter mais mulheres na política e também nas cortes superiores da magistratura”, completou Fátima Bezerra Cavalcanti.
A presidente da Associação, Ivan Kurisu, entende que o tema escolhido, sobre a participação da mulher na política é amplo e que o debate deve ser constante para fortalecer o empoderamento da mulher, principalmente agora, com a proximidade de mais um pleito eleitoral para escolha de presidente da República, senadores e deputados. “Podemos refletir aqui sobre o não preenchimento das cotas partidárias garantidas para as mulheres no nosso ordenamento jurídico [30% para mulheres e 70% para os homens], a questão da indicação partidária da mulher e financiamento da campanha”.
A chefe de gabinete do governo do Estado, Estela Bezerra, afirmou que a
discussão das cotas dentro da reforma política pode gerar muito mais qualidade
em relação à participação das mulheres se houver uma fórmula como listas
fechadas e diferenciadas entre homens e mulheres para equilibrar a disputa e
fazer com que o Brasil, que tem uma população formada por 52% de mulheres,
tenha uma participação mais proporcional e não apenas 9% como ocorre hoje.
“Isso se dará com uma ampla reforma política e com o aprimoramento da política
de cotas”, observou.
Estela ainda acrescentou que
também existe um problema cultural na própria participação, nas candidaturas
partidárias de 30% e que ocorre pelo pouco estímulo de participação política e
pelas barreiras que existem na sociedade como a disponibilidade maior do homem
de se dedicar à vida pública, enquanto a mulher tem que conciliar a vida
pública e a vida doméstica, que ela não consegue se distanciar. “Esse é um
contexto que dificulta a participação das mulheres na vida pública. Isso pode
ser superado com mudanças na legislação e um processo de mudança de cultura”,
explicou.
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