Com
quase 40 minutos de atraso e sob um calor vulcânico na Cidade das
Artes, na Barra da Tijuca, começou, às 21h28 desta quarta-feira, o
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2013. O presidente da Academia de
Cinema Brasileiro, Roberto Farias, abriu a cerimônia, que teve como tema
a identificação do público pela comédia. Atores, caracterizados de
personalidades como Oscarito, Grande Otelo e Dercy Gonçalves (com
direito a muitos palavrões), apresentaram os vencedores. As
performances, porém, arrancaram poucos risos da plateia, com exceção de
Dercy, que trouxe alguma graça.
"Gonzaga - De pai para filho" foi o grande vencedor da noite. A cinebiografia de Breno Silveira, que liderava as indicações em 15 categorias, saiu com os troféus Grande Otelo de filme, ator coadjuvante (João Miguel), direção, ator (Júlio Andrade) e som. Por telefone, de Madri, onde está apresentando o filme, Silveira conversou com o GLOBO:
"Gonzaga - De pai para filho" foi o grande vencedor da noite. A cinebiografia de Breno Silveira, que liderava as indicações em 15 categorias, saiu com os troféus Grande Otelo de filme, ator coadjuvante (João Miguel), direção, ator (Júlio Andrade) e som. Por telefone, de Madri, onde está apresentando o filme, Silveira conversou com o GLOBO:
— Esse cara (Gonzaga) merece
tudo. Ele é muito maior do que qualquer filme que se faça sobre ele.
Lamento não estar aí para comemorar, e peço desculpas à Academia, mas
estou exibindo o longa aqui na Espanha — afirmou o cineasta, comentando a
polêmica das biografias. — É importante enaltecer quem merece. Acho que
a grande questão em relação às biografias é que a gente não precisa
explorar aquilo que é apelativo para falar sobre a história de alguém. E
foi o que tentei fazer, pois Gonzaga é do tamanho do sertão.
—
Neste momento de discussão de biografias no país, a vitória de
"Gonzaga" prova que existe um caminho do meio. No nosso caso, a filha
dele leu o roteiro, mas não interferiu em nada — disse a roteirista
Patrícia Andrade após a premiação.
"Raul
- O início, o fim e o meio", que também explora a vida de uma
personalidade brasileira, abocanhou os prêmios de documentário
(incluindo no voto popular) e montagem. O diretor Walter Carvalho
disparou:
— A vida das pessoas públicas tem que ser trazida à tona. Essa discussão sobre biografias é um grande equívoco.
Dira
Paes ("À beira do caminho") foi consagrada como melhor atriz. Pelas
atuações coadjuvantes, Leandra Leal ("Boca") e Ângela Leal ("Febre do
rato") foram premiadas. Elas não compareceram à cerimônia. Mas a
ausência mais sentida foi a de Claudio Cavalcanti, que ganhou um troféu
póstumo (em empate com João Miguel, por "Gonzaga") pelo seu trabalho em
"Astro, uma fábula urbana em um Rio de Janeiro mágico". Muito
emocionada, a viúva do ator lembrou a carreira do companheiro:
—
Não quero receber esse prêmio sob uma nota triste, mas com alegria. O
Claudio começou a carreira com 16 anos e teve o privilégio de exercer o
ofício que considerava sua grande paixão. Ele tinha também a missão de
defender o direito dos animais, e ele conseguiu. A sua ida foi
privilegiada.
O
voto popular premiou três produções nas categorias longa-metragem
estrangeiro ("Intocáveis", da França), longa-metragem documentário
("Raul – O início, o fim e o meio") e longa-metragem de ficção ("Febre
do rato"). A cerimônia foi encerrada com uma homenagem à atriz Ruth de
Souza.
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