O processo de exumação do corpo do presidente João Goulart (1919-1976), o
Jango, começou por volta das 7h30 desta quarta-feira (13) no cemitério
da cidade gaúcha de São Borja, na fronteira com a Argentina.
O objetivo é verificar as causas da morte do político, deposto pelo
golpe militar de 1964. Existe a suspeita de assassinato por
envenenamento por forças da ditadura militar (1964-1985). Não houve
autópsia quando Jango morreu, exilado na Argentina.
Os responsáveis pela exumação isolaram toda a área do cemitério para
evitar a exposição do procedimento. Apenas a imprensa, técnicos e
policiais podem circular pela rua em frente ao cemitério.
O jazigo da família Goulart foi coberto com uma tenda e está cercado por
panos pretos. Jornalistas tiveram acesso ao local por um breve momento
apenas para registrar imagens. A entrada no cemitério está proibida.
Peritos em frente ao jazigo de João Goulart no cemitério de São Borja para realizar o processo de exumação |
Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos
Humanos), que estão na cidade para acompanhar os trabalhos, devem
chegar ao cemitério durante esta manhã.
Policiais e cavalaria reforçam a segurança da área. A única manifestação
popular no local é a de um pequeno grupo que exibe faixas e cartazes de
protesto contra a ditadura militar. O número de curiosos também é
pequeno no início desta manhã.
A previsão é que, à tarde, um cortejo acompanhe o traslado dos restos mortais de Jango, de carro, até o aeródromo da cidade.
De lá, os restos mortais seguirão de helicóptero para uma base militar
em Santa Maria, também no Rio Grande do Sul, onde passarão a noite. Na
quinta (14) de manhã, serão levados a Brasília, onde serão feitos os
primeiros exames.
A Folha
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