Em São Borja, onde Jango ainda é cultuado, a expectativa é que a
população preste homenagens ao presidente durante o transporte dos
restos mortais. Políticos devem ir ao ato amanhã.
A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), do PT do Rio Grande do
Sul e que coordena a iniciativa, pediu a participação de um grupo de
partidos no ato.
PDT, legenda dos herdeiros de Jango, busca protagonismo no caso e chegou a ter audiência exclusiva com a ministra.
Maria do Rosário diz que o objetivo da exumação é buscar informações
sobre a morte, mas fala em "recuperar na memória da população" a figura
de Jango: "Foi o único presidente que morreu no exílio e que não recebeu
jamais as homenagens devidas".
De São Borja, amanhã, os restos mortais serão levados a Santa Maria (RS) e, no dia seguinte, ao Distrito Federal.
Na quinta, o corpo será recebido em Brasília com honras de chefe de Estado pela presidente Dilma Rousseff.
A perícia será feita no DF, e amostras serão enviadas para análise em laboratórios no exterior.
A intenção é voltar a homenageá-lo novamente em 6 de dezembro, dia em
que a morte completará 37 anos e o corpo deverá voltar a São Borja.
Na exumação serão colhidas amostras, mas a conclusão sobre o caso pode
ocorrer só no futuro, quando surgirem tecnologias mais avançadas,
segundo o governo.
A procuradora Suzete Bragagnolo, que investiga a morte de Jango, admite
que é baixa a probabilidade de encontrar uma resposta na perícia: "Hoje
não seria mais possível detectar algumas substâncias. Para outras ainda
haveria chance. Depende do estado do corpo e outros fatores".
A hipótese de assassinato ganhou força na década passada.
Em 2006, Mario Neira Barreiro, um uruguaio que atuou na repressão em seu
país, disse a um filho de Jango que participou de complô para matar o
presidente por envenenamento.
Há provas de que Jango foi monitorado pela repressão no exílio.
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