A
Arquidiocese da Paraíba está sob intervenção canônica. A medida,
considerada rara no sistema canônico, foi adotada em agosto pela Santa
Sé.
Não foi divulgado o motivo das denúncias que motivaram a intervenção
que será feita pelo bispo Dom Fernando Guimarães, de Garanhuns,
Pernambuco.
O
interventor vai apurar denúncias que chegaram à Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil. As denúncias podem versar sobre questões
administrativas, disciplinares ou até de condutas canônicas.
Durante
a intervenção, o arcebispo da Paraíba, Dom Aldo de Cillo Pagotto,
continua exercendo normalmente seu mister, enquanto o bispo Dom Fernando
vai apurando os fatos para os quais foi instado a investigar. Somente
após o resultado da apuração é que alguma outra medida poderá ser tomada
pela Santa Sé.
O caso corre sob sigilo. Mas diversos membros da Igreja Católica já tem conhecimento.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (11) pelo blogueiro Luis Torres.
Paraíba.com
Igreja afasta padres paraibanos acusados de pedofilia
De acordo com dom Aldo Pagotto, as denúncias estão sendo investigadas pelo Ministério Público.
Valéria Sinésio
Pelo menos dois padres da Arquidiocese da Paraíba estão afastados por suspeitas da prática de pedofilia, em João Pessoa.
A revelação foi feita ontem pelo arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, durante entrevista por telefone concedida ao JORNAL DA PARAÍBA. Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e os padres podem ser suspensos definitivamente da Igreja Católica caso as denúncias se confirmem. Os nomes e as paróquias dos padres não foram revelados.
“Não posso dizer os nomes nem dar mais detalhes porque posso expor demais essas pessoas, de forma indevida. As denúncias podem ser infundadas.
Vamos esperar a apuração do MP”, disse o arcebispo. Segundo ele, atualmente há cinco padres afastados de suas funções, o que não quer dizer que são todos por denúncias de pedofilia. O afastamento dura o tempo necessário para esclarecer os fatos. A pedofilia é a prática sexual realizada com crianças ou adolescentes.
De acordo com o arcebispo, quando um padre tem um comportamento inadequado, pode ser afastado ou mesmo suspenso. “A suspensão acontece quando é uma falta grave, que implica em crime ou escândalo, como pedofilia, por exemplo”, declarou.
“Temos pelo menos dois padres afastados por denúncias de pedofilia. Os casos foram comunicados imediatamente ao Ministério Público, eu não poderia jamais ficar omisso”, disse Pagotto.
Segundo ele, as decisões dentro da Igreja Católica não são unilaterais. Quando há um desvio de comportamento, a situação é julgada pelo conselho, que vai decidir a punição para o padre.
“O conselho tem o papel de orientar, não é uma camisa de força, mas não podemos admitir nenhum comportamento que vá contra a moral ou a doutrina do Catolicismo”, afirmou. “Diante disso ele é convidado a se afastar de suas funções, podendo ou não retornar ao cargo”, explicou.
Mas em casos de pedofilia, segundo o arcebispo, a consequência prevista é a suspensão do sacramento da Ordem. Ao decidir se tornar padre, o homem deve renegar todo e qualquer desejo sexual. Pela doutrina católica, os padres têm que abraçar o celibato, lei que os proíbem casar e ter filhos. O celibato, inclusive, é uma questão polêmica que atravessa séculos.
O arcebispo reforçou que, ao escolher ser padre, as pessoas devem ter a absoluta clareza do papel de um sacerdote e voltou a falar do crime de pedofilia. “Em todos os escândalos que já estouraram pelo Brasil afora envolvendo pedofilia na Igreja Católica os padres foram afastados e suspensos da Ordem. É inadmissível”, comentou.
A expulsão do sacerdócio é feita pela Congregação para a Doutrina da Fé, órgão da Santa Sé.
Pagotto informou também que esporadicamente chama a atenção de alguns padres, por questões diversas. “Se observamos algum comportamento que deve ser reorientado de acordo com o que manda a Igreja, certamente o faremos. Temos que aceitar as opiniões diferentes, mas não podemos nunca fugir ao que rege a igreja”, afirmou do Aldo Pagotto.
DENÚNCIAS ENCAMINHADAS AO MP
De acordo com dom Aldo, as denúncias foram encaminhadas ao conhecimento do Ministério Público. No entanto, apesar da pedofilia ser um crime envolvendo crianças e adolescentes, a denúncia não será apurada pela Promotoria da Juventude e da Infância de João Pessoa, como explicou o titular do órgão, Arley Escorel.
“A Promotoria é protetiva, ou seja, se identificarmos qual criança ou adolescente que foi vítima da violência, iremos prestar assistência a essa vítima”, afirmou.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente, promotora Soraya Escorel, também acrescentou que as denúncias sobre práticas de crimes são encaminhadas à Promotora Criminal, onde o inquérito judicial é instalado e, para em seguida, ser remetido à justiça.
Através da assessoria de imprensa, o Ministério Público da Paraíba informou que não localizou o processo em que aparecem as denúncias contra os padres. O setor ainda explicou que, caso as investigações estejam correndo em segredo de justiça, não aparecem no sistema eletrônico do MPPB.
Papa pede ação contra abusos. Em abril deste ano, o papa Francisco pediu publicamente uma ação decisiva contra abusos sexuais de crianças e adolescentes cometidos por membros da Igreja Católica.
Na ocasião ele disse que a Igreja precisa agir com determinação para ajudar os menores e adotar os procedimentos necessários para os culpados.
O papa anterior, Bento XVI, quando assumiu prometeu combater a pedofilia clerical, mas críticos o acusaram de acobertar abusos no passado e de não ter protegido as crianças da ação de padres pedófilos.
A revelação foi feita ontem pelo arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, durante entrevista por telefone concedida ao JORNAL DA PARAÍBA. Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e os padres podem ser suspensos definitivamente da Igreja Católica caso as denúncias se confirmem. Os nomes e as paróquias dos padres não foram revelados.
“Não posso dizer os nomes nem dar mais detalhes porque posso expor demais essas pessoas, de forma indevida. As denúncias podem ser infundadas.
Vamos esperar a apuração do MP”, disse o arcebispo. Segundo ele, atualmente há cinco padres afastados de suas funções, o que não quer dizer que são todos por denúncias de pedofilia. O afastamento dura o tempo necessário para esclarecer os fatos. A pedofilia é a prática sexual realizada com crianças ou adolescentes.
De acordo com o arcebispo, quando um padre tem um comportamento inadequado, pode ser afastado ou mesmo suspenso. “A suspensão acontece quando é uma falta grave, que implica em crime ou escândalo, como pedofilia, por exemplo”, declarou.
“Temos pelo menos dois padres afastados por denúncias de pedofilia. Os casos foram comunicados imediatamente ao Ministério Público, eu não poderia jamais ficar omisso”, disse Pagotto.
Segundo ele, as decisões dentro da Igreja Católica não são unilaterais. Quando há um desvio de comportamento, a situação é julgada pelo conselho, que vai decidir a punição para o padre.
“O conselho tem o papel de orientar, não é uma camisa de força, mas não podemos admitir nenhum comportamento que vá contra a moral ou a doutrina do Catolicismo”, afirmou. “Diante disso ele é convidado a se afastar de suas funções, podendo ou não retornar ao cargo”, explicou.
Mas em casos de pedofilia, segundo o arcebispo, a consequência prevista é a suspensão do sacramento da Ordem. Ao decidir se tornar padre, o homem deve renegar todo e qualquer desejo sexual. Pela doutrina católica, os padres têm que abraçar o celibato, lei que os proíbem casar e ter filhos. O celibato, inclusive, é uma questão polêmica que atravessa séculos.
O arcebispo reforçou que, ao escolher ser padre, as pessoas devem ter a absoluta clareza do papel de um sacerdote e voltou a falar do crime de pedofilia. “Em todos os escândalos que já estouraram pelo Brasil afora envolvendo pedofilia na Igreja Católica os padres foram afastados e suspensos da Ordem. É inadmissível”, comentou.
A expulsão do sacerdócio é feita pela Congregação para a Doutrina da Fé, órgão da Santa Sé.
Pagotto informou também que esporadicamente chama a atenção de alguns padres, por questões diversas. “Se observamos algum comportamento que deve ser reorientado de acordo com o que manda a Igreja, certamente o faremos. Temos que aceitar as opiniões diferentes, mas não podemos nunca fugir ao que rege a igreja”, afirmou do Aldo Pagotto.
DENÚNCIAS ENCAMINHADAS AO MP
De acordo com dom Aldo, as denúncias foram encaminhadas ao conhecimento do Ministério Público. No entanto, apesar da pedofilia ser um crime envolvendo crianças e adolescentes, a denúncia não será apurada pela Promotoria da Juventude e da Infância de João Pessoa, como explicou o titular do órgão, Arley Escorel.
“A Promotoria é protetiva, ou seja, se identificarmos qual criança ou adolescente que foi vítima da violência, iremos prestar assistência a essa vítima”, afirmou.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente, promotora Soraya Escorel, também acrescentou que as denúncias sobre práticas de crimes são encaminhadas à Promotora Criminal, onde o inquérito judicial é instalado e, para em seguida, ser remetido à justiça.
Através da assessoria de imprensa, o Ministério Público da Paraíba informou que não localizou o processo em que aparecem as denúncias contra os padres. O setor ainda explicou que, caso as investigações estejam correndo em segredo de justiça, não aparecem no sistema eletrônico do MPPB.
Papa pede ação contra abusos. Em abril deste ano, o papa Francisco pediu publicamente uma ação decisiva contra abusos sexuais de crianças e adolescentes cometidos por membros da Igreja Católica.
Na ocasião ele disse que a Igreja precisa agir com determinação para ajudar os menores e adotar os procedimentos necessários para os culpados.
O papa anterior, Bento XVI, quando assumiu prometeu combater a pedofilia clerical, mas críticos o acusaram de acobertar abusos no passado e de não ter protegido as crianças da ação de padres pedófilos.
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