A partir de outubro, o
consumidor brasileiro poderá escolher na prateleira do supermercado se
leva para casa o salmão cultivado em fazendas no Chile ou se compra o
selvagem capturado no Alasca, no Hemisfério Norte. O salmão do frio
Estado americano é reconhecido como o peixe mais nobre dos mares pelo mercado internacional.
Pernambucana Noronha se torna parceira da empresa americana e começa em outubro a oferecer peixes sofisticados, como salmão, bacalhau e polaca
Depois de um trabalho de dois anos para
vencer a burocracia do governo brasileiro, a empresa pernambucana
Noronha Pescados, em associação com americana Ocean Bauty e a agência de
promoção Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI), iniciaram as importações de salmão selvagem, bacalhau e polaca capturados nos mares daquela região.
A proposta da Noronha, que está
investindo R$ 2,7 milhões, é oferecer o salmão do Alasca sob a forma de
filé e postas, embalados a vácuo. Até final do ano, a companhia programa
oferecer aproximadamente 500 toneladas do produto nas grandes redes de
supermercados, que já confirmaram pedidos com um opção premium,
destacando a diferença entre o salmão de cativeiro e o selvagem.
Salmão Grelhado
Para
isso, a Alaska Seafood vai aplicar R$ 2,2 milhões numa campanha de
promoção sob com degustação, informação nutricional e distribuição de
livros de receitas.
Segundo Guilherme Blake Filho, diretor
da Noronha e responsável pelo projeto de importação dos produtos do
Alasca, a estratégia é aproveitar o bom momento de consumo do pescado no
Brasil e ir oferecendo produtos mais qualificados e de maior valor
agregado. Nos últimos cinco anos, o consumo do brasileiro saiu de 6,5
quilos/ano per capita de peixe para 10,5 quilos/ano no ano passado. “O
que nós estamos fazendo é aproveitar a janela de oportunidade com o
produto do Alasca porque o consumidor brasileiro é receptivo a um
pescado mais nutricionalmente mais sofisticado.”
Salmão ao forno
O desafio foi organizar a importação.
Segundo o empresário, foi necessário, após toda a negociação com o
Alaska Seafood e com a empresa, esperar que ela se registrasse no
Brasil. Depois, foi preciso protocolar a Noronha Pescados como
responsável pelo processamento do peixe na sua fábrica no Curado, no
Recife.
A Ocean Bauty é uma companhia com mais de 100 anos, com sede em de
Seattle e que cuida da captura controlada do salmão e da pesca do
bacalhau e da polaca. Faz também a
limpeza e o congelamento do peixe sem
cabeça e das vísceras. Até chegar ao ponto de venda, embalado a vácuo, o
salmão e os demais peixes são descongelados apenas uma vez para a
transformação em filé e postas, o que mantém suas propriedades.
A proposta da Noronha é ter o produto (no caso do salmão e do
bacalhau), em lojas de maior poder aquisitivo e em lojas gourmet. Além
disso, vai vendê-lo a restaurantes que já fazem parte da grande de
clientes da companhia.
A empresa atua nacionalmente na venda de produtos prontos para o
preparo em linhas que vão dos tradicionais (atum, meka, dourado, cavala e
bejupirá) filetados a produtos importados, como sardinha, galo,
cavalinha, castanha, merluza, cação e rosado. Também processa vários
tipos de crustáceos e moluscos além de ter uma série especial com peixes
do Amazonas como pirarucu, pescada amarela, surubim, tucunaré aruanã e
piramutaba, sempre oferecido em porções prontas para o preparo.
Já a Noronha tem 45 anos de mercado e fatura algo em torno de R$ 30
milhões. É considerada uma das maiores empresas de processamento de
pescados do Brasil.
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