quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Reviravolta no PSB


  • Governador do Piauí confirma que deixarão o governo, inclusive, o ministro da Integração Nacional e o secretário de Portos
  • ‘Nós não somos o partido da boquinha’, diz Beto Albuquerque

Presidente Nacional do PSB Eduardo Campos se reúne com ministros do partido em Brasília
Foto: Ailton de Freitas / O Globo
anda Krakovics 
Efrém Ribeiro

  • Governador do Piauí confirma que deixarão o governo,   
  • inclusive, o ministro da Integração Nacional e o secretário 
  • de Portos
  • ‘Nós não somos o partido da boquinha’, diz Beto


  • TERESINA e BRASÍLIA - O governador do Piauí, Wilson Martins (PSB), confirmou na noite desta terça-feira que o PSB vai entregar nesta quarta todos os cargos que tem no governo Dilma Rousseff. Segundo ele, pedirão demissão, inclusive, os ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) e Leônidas Cristino (Secretaria de Portos).O superintendente da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), Luiz Gonzaga Paes Landim, também deixará o cargo. Ele foi indicado por Wilson Martins. No Piauí, deixará o cargo o diretor da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do São Francisco e Parnaíba), José Augusto, que Martins também indicou.

    Presidente do PSB e pré-candidato à Presidência da República, o governador Eduardo Campos (PE) convocou uma reunião extraordinária da Executiva Nacional do partido para esta quarta-feira, em Brasília, para formalizar a entrega dos cargos que ocupa no governo Dilma Rousseff, principalmente o Ministério da Integração Nacional. O anúncio foi feito após um encontro da cúpula do partido, nesta terça-feira, em Brasília

    — Faremos uma reunião da Executiva Nacional amanhã sobre essas questões nacionais. Nosso debate não é sobre cargos, é sobre o país. A relação do PSB com a frente política que compõe há mais de dez anos é para ajudar a população, jamais foi presidida por interesses fisiológicos — afirmou Campos, ressaltando que a decisão sobre sua candidatura ao Palácio do Planalto só será tomada no ano que vem.
    A Executiva deverá chancelar a decisão quase unânime realizada no encontro hoje. Apenas o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, chegou a ponderar que talvez fosse melhor adiar, um pouco mais a entrega dos cargos ao governo, mas no final avalizou a decisão dos demais integrantes do partido.

    Campos ficou incomodado nos últimos dias com o aumento da pressão feita pelo PT, e com o que considerou recados enviados por Dilma, por meio da imprensa, para que entregue os cargos. O governador de Pernambuco preferia deixar essa decisão para a presidente da República, mas há pressão no PSB para que o partido desembarque e faça um discurso de que continua apoiando o governo, mas sem o constrangimento de ocupar cargos na administração.

    — Nós não somos o partido da boquinha — disse o líder do PSB na Câmara, o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS).

    Também participaram da reunião com Eduardo Campos o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, o presidente de honra do PSB Roberto Amaral, o secretário- geral do PSB, Carlos Siqueira, e o líder no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF).

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou na semana passada a Brasília para demover Dilma Rousseff de pedir os cargos do PSB. A ordem dentro do PT é de, por enquanto, esperar os próximos passos do partido.

    Nos últimos meses, a presidente tem sido pressionada por uma ala do PT que defende o desembarque do PSB da Esplanada dos Ministérios. O grupo recebe o apoio do PMDB, favorito para ocupar as duas pastas atualmente controladas pelo PSB.

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