domingo, 27 de outubro de 2013

Sr. Cariri em Notícia entrevista a Coordenadora Executiva de Política Social, Valquíria Lopes da Prefeitura de Santo André - PB



A entrevista aborda  regras que regem o Programa Bolsa Família e suas Condicionalidades, e como funciona em Santo André, pois já estamos vivendo 10 anos do Bolsa Família no País.


O Programa 

O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o país. A iniciativa integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação os 16 milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais.

Mensalmente, o governo federal deposita uma quantia para as famílias que fazem parte do programa. O saque é feito com cartão magnético, emitido preferencialmente em nome da mulher. O valor repassado depende do tamanho da família, da idade dos seus membros e da sua renda. 

SANTO ANDRÉ ESTA NA MÉDIA MENSAL QUE RECEBE BOLSA FAMÍLIA , distante a 240 km da Capital, no Cariri  paraibano, os beneficiados recebem a média mensal do Estado que é de R$ 119,85. No mês, são destinados R$ 254.686 para a cidade, ajudando a aquecer a economia local.


A seleção das famílias é feita com base nas informações registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. A partir desses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) seleciona as famílias que serão incluídas para receber o benefício.

Entrevista

SCN - Ao seu ver o Programa Bolsa Família tem atendido bem  as famílias carentes e  como se faz em Santo André para encontrá-las?

VAL - O Programa Bolsa Família foi criado com o intuito de tirar imediatamente famílias que se apresentam na extrema pobreza. Para detectar essas famílias utilizamos diversas formas, onde a mais frequente é a busca espontânea das próprias famílias aos órgãos de serviço social. Fora essa demanda espontânea realizamos a busca ativa, ou seja, ao sabermos que uma família do município está em situação de extrema pobreza encaminhamos os órgãos competentes até ela, ou a convidamos para se fazer presente diretamente no CRAS.

SCN  - Quando se fala no CRAS qual o papel dele nesse contexto?

VAL -  Inclusive é muito importante destacar que uma família só pode ser inserida no CadUnico (Cadastro Único é um cadastro geral, através do qual o sistema federal analisa e contempla as famílias que através da renda per capita demonstra ter perfil do programa) se essa família ou um responsável por ela, passar antes pelo CRAS, especificamente pela Assistente Social do CRAS. É por isso que o CRAS é chamado de porta de entrada dos beneficiários. 

Não se pode realizar um cadastro no CadUnico sem que seja avaliado anteriormente pela Assistente Social, é o parecer dela, assinado e carimbado que dá veracidade ao relato familiar e através dele é que a Gestora do Programa Bolsa Família realiza o cadastro junto ao CadUnico. Isso serve também para as famílias que são beneficiadas pela primeira vez ou que tiveram seus cadastros reativados. Todas essas famílias são inseridas ao CRAS e passam a fazer parte dos programas PAIF com direitos a participarem de cursinhos, oficinas e outras formas que beneficiam as famílias.

SCN – Como são chamadas as regras que regem o Bolsa Família?

VAL - São chamadas de CONDICIONALIDADES.

Elas inicialmente se referem as condições financeiras da família, que coloca essa mesma família como perfil do programa. Logo em seguida, a família contemplada tem que atender as exigências do Programa para continuarem a serem beneficiadas. Essas exigências são na verdade um certo tipo de compromisso do usuário para com o programa, como se dissesse assim: Com o beneficio vou poder dar uma organizada em minha família ao mesmo tempo que me tornarei mais apto a trabalhos que possibilitem um padrão de vida melhor. 
Então encontramos as CONDICIONALIDADES como o compromisso das famílias em ter um acompanhamento por parte da SAÚDE, onde os dados do Agente de Saúde são enviados anualmente para o programa. Nesse sentido entra a história de peso, vacina, pré natal, entre outros.

SCN – Se fala muito em benefício bloqueado o que as pessoas não entendem bem, muitas das vezes até repórteres focas sem conhecimento de causa nada sabem explicar no ar a quem precisa de algum esclarecimento, poderia nos dar um exemplo?

VAL – Pois não. Se uma mulher ficar grávida e não realisar o pré natal o beneficio é bloqueado, se a criança não for vacinada o beneficio é bloqueado, e daí por diante. É uma forma de manter a população pobre em atendimento básico. Mesmo assim em todas as cidades do Brasil ocorrem o descumprimento dessa Condicionalidade em algumas famílias.

SCN – E  no caso da Educação?

VAL - No caso da Educação as Condicionalidades são simplesmente que os filhos menores de idade que frequentam a escola, não podendo ter mais que três falta em um mês. Essa foi a maneira que o governo deduziu que resolveria o problema do analfabetismo e ampliaria o numero de pessoas com curso superior no Brasil. Aqui merece inclusive um comentário, a questão da educação é tão seria que por LEI o Conselho Tutelar inclusive fiscaliza os pais e ou responsáveis que não obrigam os menores a estarem na escola. Para surpresa de todos, essa é a Condicionalidade mais desrespeitada do programa Bolsa Família, a ponto de mensalmente ter vários cartões bloqueados no sistema.

SCN – Nesta entrevista estamos ousando o termo Condicionalidade com “C” maiúsculo, para despertar nas pessoas usuárias do PBF um maior compromisso em cumprir todas as regras, sem a lei do menor esforço. Porque as famílias não assumem seus compromissos?

VAL - Quando se fala de condicionalidades, estamos falando na verdade de obrigações das famílias que não deveriam ser exigência do programa, deveria ser exigência da própria família para consigo mesma, porque sabemos que a saúde é muito importante e que a educação é fundamental para que nossos filhos tenham um futuro no mínimo estável. Ao entender essas condicionalidades passamos a nos perguntar, se o governo paga para que as famílias tenham os compromissos que já deveriam ter, como pode essas famílias ainda descumprir com esses compromissos? Essa infelizmente é a realidade encontrada no Brasil todo.

SCN -  A senhora poderia falar mais sobre as benesses do Programa Bolsa Família?

VAL – OK. Apenas me estendendo um pouco mais, quero falar aqui dos benefícios de se ter o Programa Bolsa Família para a educação municipal. É a partir do numero de alunos filhos de famílias cadastradas no CadUnico que a escola recebe o programa Mais Educação e o Educação Integral. E aqui eu faço mais um questionamento. O governo percebendo que mesmo com as condicionalidades exigidas do Bolsa Família, muitos menores não estão nas escolas, em muitos casos os pais simplesmente dizem que o filho não quer mais ir para a escola e pronto, não importando se esse filho tem 8,9,10 ou mais anos. Assim, as escolas estão se organizando com financiamento do governo federal, baseado na quantidade de beneficiados do Bolsa Família nos municípios, para que ofertando momentos culturais e esportivas esses menores passem a se interessarem por ficarem na escola. São novas formas de fazer a população se desenvolver e nesse ponto encontramos o Bolsa Família também inserido.

SCN Já que a senhora citou Condicionalidades importantes do Bolsa Família, poderia falar que repercussão ou consequência é gerada quando uma família desrespeita esta mesma Condicionalidade?

VAL - Quando uma delas não é respeitada por uma família, o que ocorre é que o beneficio da família é bloqueado, é quando a pessoa responsável pela família vai fazer o saque não encontra dinheiro disponível. Essa pessoa se dirige até a equipe do Bolsa Família no Município e relata o ocorrido, a equipe acessa o sistema e averigua os motivos do bloqueio, diante das explicações da família a equipe do programa no município realisa o desbloqueio do beneficio e encaminha a família para o CRAS. As famílias precisam ter cuidado também com a quantidade de bloqueios porque eles podem levar ao CANCELAMENTO DO BENEFICIO. Porém antes de um cancelamento a família passa por suspensão e advertência diretamente do Ministério. Esclarecendo o porque que as famílias com bloqueios devem passar pelo CRAS, é que, o CRAS tem a responsabilidade de trabalhar com as famílias que precisam de ajuda, e para o Ministério Social uma família que descumpre uma condicionalidade do programa Bolsa Família é uma família de grande necessidade de orientação e apoio psicossocial, o que realmente é uma grande verdade, porque nenhuma família que tenha bom entendimento psicossocial iria deixar de ser vacinada, fazer pré natal ou os filhos não frequentarem a escola. Assim, a equipe do Bolsa Família encaminha essas famílias para o CRAS que deverá acolher tais famílias por um período de mais ou menos seis meses, onde essas famílias receberão orientação social, apoio psicossocial, terão oportunidade de participar de cursos e oficinas, além de ter outros diversos tipos de apoios que o CRAS pode ofertar. Em seguida a Assistente Social juntamente com a Psicóloga fazem parecer social e relato de acompanhamento, onde essa documentação tanto fica arquivada no CRAS nos prontuários, como parte desta documentação é encaminhada de volta a equipe do Bolsa Família, para que essa tenha como comprovar que o atendimento Social as famílias estão sendo realisados como é determinado pelas leis principais da Assistência Social como LOAS e NOBSUAS. O CRAS tem obrigação de ter em acompanhamento anual no mínimo 15% das famílias beneficiadas do Programa Bolsa Família, já que o CRAS de Santo André é de Pequeno Porte.

SCN - Quando a pessoa responsável vai receber o pagamento com o seu cartão magnético e não tem dinheiro, e aí o que fazer?


VAL - Ela relata o ocorrido, a equipe acessa o sistema e averigua os motivos do bloqueio, diante das explicações da família a equipe do programa no município realisa o desbloqueio do beneficio e encaminha a família para o CRAS. 
As famílias precisam ter cuidado também com a quantidade de bloqueios porque eles podem levar ao CANCELAMENTO DO BENEFICIO. Porém antes de um cancelamento a família passa por suspensão e advertência diretamente do Ministério. 

Esclarecendo o porque que as famílias com bloqueios devem passar pelo CRAS, é que, o CRAS tem a responsabilidade de trabalhar com as famílias que precisam de ajuda, e para o Ministério Social uma família que descumpre uma condicionalidade do programa Bolsa Família é uma família de grande necessidade de orientação e apoio psicossocial, o que realmente é uma grande verdade, porque nenhuma família que tenha bom entendimento psicossocial iria deixar de ser vacinada, fazer pré natal ou os filhos não frequentarem a escola. 
Assim, a equipe do Bolsa Família encaminha essas famílias para o CRAS que deverá acolher tais famílias por um período de mais ou menos seis meses, onde essas famílias receberão orientação social, apoio psicossocial, terão oportunidade de participar de cursos e oficinas, além de ter outros diversos tipos de apoios que o CRAS pode ofertar. 

Em seguida a Assistente Social juntamente com a Psicóloga fazem parecer social e relato de acompanhamento, onde essa documentação tanto fica arquivada no CRAS nos prontuários, como parte desta documentação é encaminhada de volta a equipe do Bolsa Família, para que essa tenha como comprovar que o atendimento Social as famílias estão sendo realizados como é determinado pelas leis principais da Assistência Social como LOAS e NOBSUAS. 

O CRAS tem obrigação de ter em acompanhamento anual no mínimo 15% das famílias beneficiadas do Programa Bolsa Família, já que o CRAS de Santo André é de Pequeno Porte.

SCN – Estamos satisfeitos com suas respostas e explanações ao Sr. Cariri em Notícia, agradecemos pela gentileza da entrevista.

VAL – Eu é quem agradeço e concluo nosso breve relato sobre as Condicionalidades do Programa Bolsa Família em nível nacional, me coloco a disposição para mais informações e agradeço por mais uma vez ter esse espaço para falar de Política Social, que como podemos perceber não existe setores independentes na Assistência Social, todos são interligados e um funciona entrelaçado no outro. Santo André está de parabéns porque em 2013 passou a escrever uma nova história no campo Social, PRINCIPALMENTE NAS AÇÕES DO Bolsa Família onde parabenizo a gestora Iara Maria Lopes e a digitadora Izabele Maracajá, bem como a nossa Secretaria de Assistência Social, premiada nacionalmente, estando entre as 50 melhores SMAS do país. Me sinto honrada de fazer parte desta equipe.

Ascom – Marcos Moura/Sr.Cariri em Notícia

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