sábado, 18 de janeiro de 2014

Vaticano expulsou 400 padres por denúncias de pedofilia em dois anos

Em 2012, foram por volta de 100, enquanto em 2011 foram cerca de 300
Criança usa um binóculo para ver o Papa Francisco na Praça São Pedro, no Vaticano Foto: Gregorio Borgia / AP
Criança usa um binóculo para ver o Papa Francisco na Praça São Pedro, no Vaticano 
ROMA - O Vaticano confirmou neste sábado que cerca de 400 padres foram expulsos da Igreja por acusações de pedofilia em apenas dois anos durante o pontificado de Bento XVI. A informação faz parte de um documento obtido pela agência de notícias Associated Press (AP) e refere-se aos anos de 2011 e 2012.
O porta-voz da Santa Sé Federico Lombardi disse inicialmente que a AP havia feito uma leitura equivocada dos dados. Mas depois confirmou a informação.
- Em 2012, foram por volta de 100, enquanto em 2011 foram cerca de 300 - declarou Lombardi.

As últimas estatísticas revelam que o número de padres que deixaram o sacerdócio em 2011 e 2012 foi mais que o dobro dos religiosos expulsos em 2008 e 2009, quando o Vaticano forneceu números pela primeira vez, revelando que 171 deixaram a Igreja.

Os números foram compilados a partir de relatórios anuais do próprio Vaticano sobre as atividades de seus diversos escritórios, incluindo a Congregação para a Doutrina da Fé, que lida com casos de abuso sexual. Embora públicos, os relatórios anuais não estão prontamente disponíveis e não são vendidos fora de Roma. Normalmente, são encontrados em escritórios do Vaticano ou bibliotecas universitárias católicas.

O Vaticano também enviou outros 400 casos para serem julgados por um tribunal da Igreja ou para serem tratados administrativamente.
A pena máxima para um padre condenado por um tribunal da Igreja é essencialmente perder o emprego: ser destituído, ou ter seu estado clerical removido. Não há penas de prisão.

Na quinta-feira, o Comitê da ONU para os Direitos das Crianças pediu à Igreja Católica que atue fortemente contra os abusos sexuais dos quais menores de idade são vítimas, em um enorme escândalo em relação ao qual o papa Francisco, que substituiu Bento XVI este ano, expressou sua 'vergonha'.

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