A
ex-ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, ganhou a queda de braço com
o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, aspirante a candidato do
PSB à sucessão da presidente Dilma Rousseff. O PSB não apoiará o
governador Geraldo Alckmin (PSB), de São Paulo, candidato à reeleição.
Em
compensação, Marina concordou em ter sua candidatura a vice de Eduardo
lançada ainda neste mês - ou no máximo até meados de fevereiro. No
próximo dia 17 haverá em Recife um encontro informal de dirigentes
nacionais do PSB. Entre outros assuntos, discutirão nomes para a vaga de
Alckmin.
Eduardo guarda na memória do seu computador pessoal os
resultados de pesquisa recente encomendada pelo PSB sobre a eleição em
São Paulo. Uma das questões propostas aos entrevistados testou a
popularidade de Marina Silva e o alcance do seu apoio como vice à
candidatura de Eduardo.
A popularidade de Marina bateu a casa dos
20%. Com o apoio dela, Eduardo ultrapassa Aécio Neves, aspirante a
candidato do PSDB a presidente, nas maiores cidades do Estado. Os
resultados da pesquisa convenceram o governador de Pernambuco a acatar o
veto de Marina ao nome de Alckmin.
A ex-prefeita de São Paulo
Luiza Erundina (PSB) resiste ao assédio de Marina para ser candidata ao
governo do Estado. Eduardo resiste à pressão da cúpula do PSB paulista
para que o partido apoie a reeleição de Alckmin e continue fazendo parte
do governo dele. O PSB precisa de candidato próprio em São Paulo para
dar palanque a Eduardo.
Em breve, Aécio retribuirá o gesto de
Eduardo que oficializou em Pernambuco a entrada do PSDB no seu governo. O
partido ganhou uma secretaria de Estado e a chefia do Detran. O
candidato de Aécio ao governo de Minas Gerais será o atual prefeito de
Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB).
Em dezembro último, Eduardo e
Aécio se reuniram no Rio de Janeiro e acertaram que dividirão o mesmo
palanque nos Estados onde isso seja conveniente ao PSDB e ao PSB.
Lacerda apoiará Aécio, apesar de ser filiado ao partido de Eduardo. Mas
Eduardo, que nada tinha a perder em Minas, pelo menos ganhou um palanque
para pisar.
Palanques comuns a Eduardo e Aécio têm muito a ver
com as sucessões estaduais. O PSDB enfrentará em Minas a forte
candidatura de Fernando Pimentel (PT), atual ministro de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Márcio Lacerda é o
melhor nome de que pode dispor Aécio para vencer Pimentel.
PTB e
PT deixaram o governo Eduardo em outubro passado. Ou concorrerão à
sucessão de Eduardo com um único candidato ou com dois - que, num
eventual segundo turno, estarão juntos. O PSDB, que no Estado era
oposição a Eduardo, agora passará para o lado dele.
Na Paraíba, o
senador Cássio Cunha Lima (PSDB) pretende disputar o governo do Estado.
Nas contas de Eduardo, ali o PSDB acabará apoiando a reeleição do atual
governador, que é do PSB. No Paraná, Beto Richa (PSDB), governador,
ganhará o apoio do PSB. O vice dele é do PSB.
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