segunda-feira, 25 de março de 2013

FELICIANO DIZ QUE SÓ DEIXA COMISSÃO DA CÂMARA SE MORRER



DE SÃO PAULO
Pressionado a renunciar ao cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que só deixa a comissão "se morrer".
Em entrevista ao programa "Pânico", da Band, levada ao ar no domingo (24), o pastor afirmou que sua escolha no colegiado foi feito por meio de um acordo partidário, e acordo "não se quebra".
"Estou aqui por um propósito, fui eleito por um colegiado. É um acordo partidário, acordo partidário não se quebra. Só se eu morrer", disse o pastor.
A indicação à comissão ficou com o PSC após o PT abrir mão do comando do colegiado na divisão de cargos na Câmara, no fim do mês passado.
A entrevista ao "Pânico" foi gravada no meio da semana passada, segundo a assessoria da emissora. Na quarta-feira (20), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), aumentou a pressão para que o PSC encontre uma solução para o impasse na comissão.
CASO FELICIANO
27.fev
Após acordo, o PT abre mão da Comissão de Direitos Humanos, quefica com o PSC
4.mar
Cotado para a vaga, Feliciano é alvo de protestos em redes sociais por ter opiniões consideradas homofóbicas e racistas
6.mar
Indicado pelo seu partido, a reunião que o elegeria presidente da comissão é suspensa
7.mar
Em reunião fechada, sem os manifestantes, Feliciano é eleito presidente com 11 de 18 votos
9.mar
Manifestantes contrários à eleição do pastor para a presidência da comissão vão às ruaspedir a sua destituição do cargo
13.mar
Folha revela que o deputado emprega no gabinete cinco pastores de sua igreja evangélica
13.mar
Na primeira sessão sob seu comando, Feliciano enfrenta protestos
16.mar
Pelo segundo fim de semana seguido, manifestações pelo país pela saída do pastor da presidência da comissãotomam as ruas
18.mar
Com o acirramento das críticas, Feliciano divulga em sua conta no Twitter um vídeo que chama atos de oposicionistas de "rituais macabros"
20.mar
Na segunda reunião da comissão sob o comando de Feliciano, a sessão é suspensa após novos protestos
21.mar
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves,pressiona para que Feliciano renuncie e dá prazo até terça (26) para uma solução
Alves deu um prazo até a terça-feira (26) para que a situação seja resolvido.
Para Feliciano, renunciar ao cargo na comissão seria como referendar as críticas que tem recebido.
"Uma coisa é você chegar em casa e ter que explicar para uma criança de 10 anos o por quê na escola falam que seu pai é racista. Isso dói. Isso machuca. Então, uma renúncia minha agora seria como um atestado de confissão: 'eu sou mesmo, então estou abandonando'. Eu não sou e estou aqui para provar isso", disse à apresentadora Sabrina Sato.
PRESSÃO
Desde que assumiu o posto, no começo do mês, Marco Feliciano tem sido pressionado para deixar o cargo.
A pressão pela sua saída cresceu após a divulgação de um vídeo, na segunda-feira (18), com críticas aos seus opositores.
O material, publicado pela produtora de um assessor do deputado, e divulgado por Feliciano no Twitter, chama de "rituais macabros" os atos contra sua indicação e questiona a conduta de seus opositores.
As duas únicas sessões da Comissão de Direitos Humanos realizadas sob o comando de Feliciano foram marcadas por manifestações contra sua permanência.
O pastor é acusado de ter opiniões consideradas homofóbicas e racistas. Feliciano nega as acusações e diz que apenas defende posições comuns aos evangélicos, como ser contra a união civil homossexual.
"Se por acaso alguém me interpretou mal, se sentiu ofendido, me desculpe", disse durante a entrevista ao "Pânico".
BOLÍVIA
Ontem, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) deu mais sinais públicos de que pretende resistir no cargo.
Divulgou em seu site que "já prepara viagem oficial" à Bolívia"nos próximos dias" para tratar do caso dos corintianos presos naquele país após a morte de um garoto numa partida de futebol.
Ele diz ter sido informado pelo embaixador da Bolívia, Jerjes Justiniano Talavera, que há caminhos para a comissão encontrar uma saída para o caso dos corintianos.
O deputado disse ainda que Tavalera o convidou para acompanhar a situação dos 12 torcedores que estão presos desde o dia 20 de fevereiro pela morte do torcedor do San José Kevin Espada.
A Folha apurou que o deputado já fez contato com o Ministério das Relações Exteriores. Na comissão, ele apresentou um requerimento pedindo que o ministério envie solicitação à Embaixada do Brasil na Bolívia e "promova gestões para entrega dos torcedores brasileiros detidos", "que ficariam em liberdade provisória, sob custódia das autoridades brasileiras, até a realização do julgamento".
O documento ainda não foi analisado pela comissão, que não conseguiu realizar reuniões devido aos protestos que cobram a saída do pastor do cargo. Isolado na bancada do PSC e sem o aval da Câmara, Feliciano tem até amanhã para apresentar uma solução.
Ontem, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a situação não avançou no fim de semana. "Não tive notícias."
Alves tem dito que a situação ficou insustentável diante dos protestos. Foi ele quem deu o prazo até amanhã para o PSC achar uma solução, já que regimentalmente não é possível destituir o pastor do cargo.
folha de são paulo

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