DE SÃO PAULO
Pressionado a renunciar ao cargo de
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado federal e
pastor Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que só deixa a comissão "se
morrer".
Em entrevista
ao programa "Pânico", da Band, levada ao ar no domingo
(24), o pastor afirmou que sua escolha no colegiado foi feito por meio de um
acordo partidário, e acordo "não se quebra".
"Estou aqui por um propósito, fui
eleito por um colegiado. É um acordo partidário, acordo partidário não se
quebra. Só se eu morrer", disse o pastor.
A indicação à comissão ficou com o PSC
após o PT abrir mão do comando do colegiado na divisão de cargos na Câmara, no
fim do mês passado.
A entrevista ao "Pânico" foi
gravada no meio da semana passada, segundo a assessoria da emissora. Na
quarta-feira (20), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
aumentou a pressão para que o PSC encontre uma solução para o impasse na comissão.
CASO
FELICIANO
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27.fev
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Após acordo, o PT abre mão da Comissão de
Direitos Humanos, quefica com o PSC
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4.mar
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Cotado para a vaga, Feliciano é alvo de protestos
em redes sociais por ter opiniões consideradas homofóbicas e racistas
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6.mar
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7.mar
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9.mar
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Manifestantes contrários à eleição do pastor para
a presidência da comissão vão às ruaspedir a
sua destituição do cargo
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13.mar
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13.mar
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16.mar
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Pelo segundo fim de semana seguido, manifestações
pelo país pela saída do pastor da presidência da comissãotomam as ruas
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18.mar
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Com o acirramento das críticas, Feliciano divulga
em sua conta no Twitter um vídeo que
chama atos de oposicionistas de "rituais macabros"
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20.mar
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21.mar
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O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves,pressiona para
que Feliciano renuncie e dá prazo até terça (26) para uma solução
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Alves deu um prazo até a terça-feira
(26) para que a situação seja resolvido.
Para Feliciano, renunciar ao cargo na
comissão seria como referendar as críticas que tem recebido.
"Uma coisa é você chegar em casa e
ter que explicar para uma criança de 10 anos o por quê na escola falam que seu
pai é racista. Isso dói. Isso machuca. Então, uma renúncia minha agora seria
como um atestado de confissão: 'eu sou mesmo, então estou abandonando'. Eu não
sou e estou aqui para provar isso", disse à apresentadora Sabrina Sato.
PRESSÃO
Desde que assumiu o posto, no começo do
mês, Marco Feliciano tem sido pressionado para deixar o cargo.
A pressão pela sua saída cresceu após a
divulgação de um vídeo, na segunda-feira (18), com críticas aos seus
opositores.
O material, publicado pela produtora de
um assessor do deputado, e divulgado por Feliciano no Twitter, chama de
"rituais macabros" os atos contra sua indicação e questiona a conduta
de seus opositores.
As duas únicas sessões da Comissão de
Direitos Humanos realizadas sob o comando de Feliciano foram marcadas por
manifestações contra sua permanência.
O pastor é acusado de ter opiniões
consideradas homofóbicas e racistas. Feliciano nega as acusações e diz que
apenas defende posições comuns aos evangélicos, como ser contra a união civil
homossexual.
"Se por acaso alguém me
interpretou mal, se sentiu ofendido, me desculpe", disse durante a
entrevista ao "Pânico".
BOLÍVIA
Ontem, o deputado pastor Marco
Feliciano (PSC-SP) deu mais sinais públicos de que pretende resistir no cargo.
Divulgou em seu site que "já prepara viagem
oficial" à Bolívia"nos próximos dias" para tratar do
caso dos corintianos presos naquele país após a morte de um garoto numa partida
de futebol.
Ele diz ter sido informado pelo
embaixador da Bolívia, Jerjes Justiniano Talavera, que há caminhos para a
comissão encontrar uma saída para o caso dos corintianos.
O deputado disse ainda que Tavalera o convidou para acompanhar a situação dos 12 torcedores que estão presos desde o dia 20 de fevereiro pela morte do torcedor do San José Kevin Espada.
O deputado disse ainda que Tavalera o convidou para acompanhar a situação dos 12 torcedores que estão presos desde o dia 20 de fevereiro pela morte do torcedor do San José Kevin Espada.
A Folha apurou
que o deputado já fez contato com o Ministério das Relações Exteriores. Na
comissão, ele apresentou um requerimento pedindo que o ministério envie
solicitação à Embaixada do Brasil na Bolívia e "promova gestões para
entrega dos torcedores brasileiros detidos", "que ficariam em
liberdade provisória, sob custódia das autoridades brasileiras, até a
realização do julgamento".
O documento ainda não foi analisado
pela comissão, que não conseguiu realizar reuniões devido aos protestos que
cobram a saída do pastor do cargo. Isolado na bancada do PSC e sem o aval da
Câmara, Feliciano tem até amanhã para apresentar uma solução.
Ontem, o presidente da Casa, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a situação não avançou no fim de semana.
"Não tive notícias."
Alves tem dito que a situação ficou
insustentável diante dos protestos. Foi ele quem deu o prazo até amanhã para o
PSC achar uma solução, já que regimentalmente não é possível destituir o pastor
do cargo.
folha de são
paulo
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