O Estado da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, poderá ser tomado
por mosquitos gigantes no verão deste ano, segundo advertiram
especialistas.
A fêmea da espécie Psorophora ciliata é até 20 vezes maior que as
espécies mais comuns de mosquito, e sua picada é capaz de penetrar até
mesmo camadas de roupa.
A espécie é comum em toda a costa leste dos Estados Unidos, mas poderá
aparecer em quantidade muito acima do normal neste ano no nordeste da
Flórida.
Segundo o entomologista Phil Kaufman, professor do Instituto de Ciências
Alimentares e Agrícolas da Universidade da Flórida, as fortes chuvas
tropicais registradas no último ano na região, incluindo a passagem do
furacão Debby, criaram condições ideais para a proliferação dos insetos.
As fêmeas da espécie Psorophora ciliata costumam pôr seus ovos no solo à
beira de lagoas, córregos e outros corpos d'água que transbordam quando
há chuvas fortes. As larvas somente nascem quando os ovos estão em
água.
"Esses mosquitos têm capacidade de pôr ovos que podem ficar dormentes
por vários anos, até serem mergulhados em água", explica Kaufman.
'Picada dói bastante'
As fêmeas de Psorophora ciliata podem chegar a quase 1,5 centímetro de
comprimento e têm um corpo com marcas em preto e branco. Apenas as
fêmeas picam para sugar o sangue de animais, do qual retiram a proteína
que precisam para a gestação. Os machos sobrevivem sugando néctar de
flores.
"A picada desse mosquito dói bastante, eu posso assegurar", afirma Kaufman.
Kaufman e outros colegas da Universidade da Flórida abriram uma página
na internet para informar os moradores da região sobre a ameaça dos
mosquitos e para sugerir possíveis medidas para evitar picadas.
Segundo eles, os mosquitos geralmente são espantados por repelentes com a
substância DEET, apesar de já terem sido identificados insetos
resistentes. Outras recomendações feitas por eles são vestir calças e
camisas com mangas compridas e evitar regiões onde pode haver água
parada após tempestades.
Apesar das picadas potencialmente dolorosas, os especialistas dizem que o
mosquito não representa um grande problema de saúde pública, já que não
são vetores para a transmissão de doenças, como acontece com outros
mosquitos.
FONTE:FOLHA DE SÃO PAULO
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