terça-feira, 12 de março de 2013

Cardeais entram na Capela Sistina para iniciar eleição de novo papa


Sucessão Papal
Os 115 cardeais que participarão do conclave fecharam as portas da Capela Sistina por volta das 17h30 no Vaticano (13h30 em Brasília). No local, os religiosos ficarão em clausura até definir o substituto do papa emérito Bento 16, que renunciou em 28 de fevereiro.


A cerimônia de entrada começou por volta das 16h15 (12h15 em Brasília) com uma oração inicial na Capela Paulina. No ritual, o cardeal Giovanni Battista Re, purpurado que presidiu o ato, lembrou aos colegas que eles estão no Vaticano para escolher o novo pontífice.
Em seguida, foi feita uma procissão, que atravessa a chamada Sala Régia para chegar à Capela Sistina, que fica ao lado da Paulina. Após o fim do cortejo, cada um se posicionou em seus lugares e, em seguida, tomou o juramento para participar da eleição.

Escolha do novo Papa

Cardeais chegam para a escolha do papa na Capela Sistina
O último passo foi o fechamento da capela, o chamado "extra omnis", quando os cardeais pedem a saída de todos os que não são cardeais. A partir deste momento, os religiosos ficarão reclusos para escolher o novo comandante da Igreja Católica.
No período, que pode durar dias, a única comunicação sobre as decisões tomadas no conclave é feita pela fumaça que sai da chaminé da capela.
A fumaça é produzida pelas queima das cédulas de votação. Se for da cor preta, não houve decisão sobre o novo pontífice. Caso seja de cor branca, os sinos da Basílica de São Pedro soarão, em sinal de que o papa foi escolhido.
A previsão é que as votações comecem ainda nesta terça-feira e que o primeiro resultado saia por volta das 20h (16h em Brasília), quando as cédulas devem ser queimadas. A primeira votação costuma servir como uma espécie de peneira para selecionar os candidatos que vão polarizar a disputa, pelo que a fumaça deverá ser preta.
Os últimos 15 conclaves levaram no mínimo dois dias, mas analistas especulam que a escolha do novo papa deva terminar em cinco dias. Em 2005, o cardeal Joseph Ratzinger foi escolhido como papa em três dias de votação.
UNIÃO
Pela manhã, os cardeais participaram de uma missa na Basílica de São Pedro. Na cerimônia, decano do Colégio de Cardeais, Angelo Sodano, fez nesta terça-feira (12) um pedido pela unidade da Igreja Católica, durante a homilia."Cada um de nós deve colaborar para a unidade da Igreja".
Sodano pediu que o próximo pontífice promova a paz e a caridade e expressou gratidão ao papa emérito Bento 16, que renunciou em 11 de fevereiro dizendo-se sem condições físicas para continuar. "Renovamos, neste momento, toda a nossa gratidão", disse.
A escolha do novo papa começa sem favoritos, a diferença de 2005, quando o então cardeal Joseph Ratzinger, o papa emérito Bento 16, era considerado o principal candidato a sucessor de João Paulo 2º. Nos últimos dias, o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer são apontados como os postulantes mais fortes.
A imprensa italiana tem apresentado Scola como o cardeal que representa a ala reformista. Scherer é visto como o mais próximo à Cúria. Também aparecem nas listas de mais cotados o canadense Marc Oullet, os americanos Sean O'Malley e Timothy Dolan, o húngaro Peter Erdo e o italiano Gianfranco Ravasi.
O processo termina quando um dos concorrentes forma maioria de dois terços, ultrapassando 77 votos. Diante de um cenário incerto, a maioria dos vaticanistas não descarta a vitória de um azarão, a exemplo da eleição de João Paulo 2º, em 1978.
Entre as principais incógnitas deste ano, está a influência do papa emérito Bento 16, que continua recolhido na residência de Castel Gandolfo. Ele nomeou 67 dos 115 votantes e não declarou preferência por um candidato.
A escolha está marcada pelos escândalos de corrupção descobertos no caso Vatileaks, das acusações de pedofilia e de assédio sexual envolvendo integrantes da Igreja Católica. O novo pontífice deverá lidar com as denúncias e buscar punições aos considerados culpados.

Felipe Nadaes/Folhapress
CONCLAVE Saiba como será escolhido o novo papa                 FONTE:FOLHA DE SÃO PAULO

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