Tucanos
paulistas revelaram ao Blog que o partido não trabalha com a expectativa de
candidatura do senador Cássio Cunha Lima ao Governo, em 2014. E por várias
razões. É interessante para o partido manter a aliança estratégica com o PSB de
Eduardo Campos, ante a possibilidade de uma aliança nacional visando a disputa
da Presidência.
Essa é
perspectiva do PSDB. Mas, o senador Cássio tem a sua própria estratégia. Ele
tem revelado, por exemplo, desinteresse na disputa do Governo, mesmo admitindo
que, aos seus olhos, seria elegível. Vai na contramão do que afirmou,
recentemente, o ministro Arnaldo Versiani, quando afirmou que o tucano está
atingido pela Lei da Ficha Limpa.
É claro que
o senador sabe das dificuldades para enfrentar uma maratona jurídica, ainda mais
tendo que se indispor com seu principal aliado, o governador RC. Seria a
implosão da aliança que, bem ou mal, começou na eleição de 2010 e foi
vitoriosa. Pequenas escaramuças são previsíveis, muito mais para barganhar
espaços e mostrar musculatura.
É claro que
não interessa ao senador um rompimento com o governador Ricardo Coutinho. E por
que? Primeiro, porque indicou vários de seus amigos no Governo. Fala-se também
na nomeação de alguns milhares de militantes. Romper significaria demitir seus
correligionários, uma operação politicamente incorreta considerando sua
biografia.
Depois,
romper com Ricardo significaria se posicionar para uma aliança com o lado
contrário e, até onde a vista alcança, a oposição ao governador está gravitando
em torno do ex-prefeito Veneziano e setores do PT, com os quais, certamente,
não tem muitas afinidades. São notórias suas posições antagônicas ao Governo
petista e peemedebista de Dilma Roussef.
Os sinais da
manutenção da aliança são vários. Um deles ocorreu logo após a posse do
prefeito Romero Rodrigues, quando o governador recebeu pista livre para ocupar
Campina Grande com suas máquinas e a verborragia política. Interessa aos dois
lados: Romero pode se beneficiar com mais recursos. Ricardo tenta limpar a
imagem desgastada na cidade.
Aliás, o
fato de Ricardo não ter pisado em Campina durante a eleição foi um outro sinal.
Cássio sabia o quanto isso poderia prejudicar a campanha de Romero. RC cumpriu
o que o aliado pediu. Indício claro da combinação entre eles. Além do mais, há
os votos de Cássio na Assembleia e o TCE, que tem, digamos, certa simpatia pelo
tucano.
É
estratégico para Cássio manter seus interesses e aliados no Governo. Ricardo
sabe disso e zela para que o senador esteja satisfeito nesse particular. Romper
seria um trauma. Para os dois. Cássio perderia espaços importantes e RC, um
aliado de peso para 2014. E, finalmente, se fosse mesmo elegível, Cássio não
abriria mão de ser candidato. Ele já partiria como favorito. Quem iria abrir
mão de uma vitória praticamente assegurada?
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