DE BRASÍLIA
O governo anunciou no final da manhã desta
terça-feira (19) uma nova ampliação do Bolsa Família que tirará da miséria os
2,5 milhões de pessoas que ainda constam como extremamente pobres no Cadastro
Único --o banco de dados federal com informações de famílias de baixa renda.
O novo benefício social, que começará a ser pago em
março por meio do cartão do Bolsa, irá transferir dinheiro extra suficiente
para que a pessoa supere a linha oficial de miséria, de R$ 70. Exemplo: se a
pessoa ganha R$ 50, receberá do governo ao menos mais R$ 21. A nova
transferência terá um custo anual de R$ 928,4 milhões.
Programas sociais deixam 2,5 milhões de miseráveis de
fora
Análise: Apesar do inegável avanço, beneficiados correm risco de voltar à miséria
Análise: Apesar do inegável avanço, beneficiados correm risco de voltar à miséria
Com isso, o governo diz que terá retirado da
extrema pobreza todos os 22,1 milhões de pessoas que, no início do governo
Dilma, constavam como miseráveis no Cadastro Único.
Roberto Stuckert Filho/PR/Divulgação
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Cerimônia de anúncio de novas medidas do Plano
Brasil Sem Miséria que pretende erradicar a pobreza extrema
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No entanto, diferentemente do que a publicidade
oficial dá a entender, para que a presidente cumpra sua promessa de erradicar a
miséria, mesmo que sob critérios apenas monetários, ainda é preciso incluir ao menos 700 mil famílias (ou cerca
de 2,5 milhões de pessoas) no cadastro, como a Folha mostrou
no sábado. A promessa agora é que, até o final deste ano, essas pessoas serão
encontradas e cadastradas, para só então começarem a se beneficiar dos
programas sociais federais.
Sem esse novo benefício, o Bolsa Família já custa
em torno de R$ 20 bilhões.
A mudança de hoje é a sexta realizada pela gestão
Dilma para erradicar a miséria. A medida, assim como as outras cinco, será
feita por meio de uma medida provisória.
Desde que a presidente assumiu, os programas
sociais sofreram repetidas mudanças, sempre buscando aumentar o número de
pessoas atendidas.
Três das medidas ocorreram naquele ano e fizeram
com que 3,1 milhões dos extremamente pobres deixassem essa condição: reajustes
do Bolsa Família, ampliação dos benefícios do programa e a previsão de que
gestantes e nutrizes pudessem recebê-lo.
No ano passado, o Brasil Carinhoso, que prevê um
repasse suficiente para que a pessoa deixe a miséria, afetou um total de 16,4
milhões de cadastrados. Primeiro, ele alcançava famílias com filhos de até 6
anos. Depois, foi ampliado para famílias com filhos de até 15 anos.
FONTE:FOLHA DE SÃO PAULO
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