Gutemberg Cardoso
Faltando quase oito meses para as eleições, temos uma
dúvida. Pela primeira vez a disputa para o governo do estado será com três ou
quatro candidaturas fortes, grandes, de boa musculatura, mas a dúvida paira.
Normalmente os inúmeros partidos políticos, inclusive os
partidos que se acham grandes, no início apresentam desejos e mostram
argumentos nos discursos que tem musculatura de ir até o fim. Mas no decorrer
da disputa vai tombando, vem outro candidato e joga o seu nome no ombro e segue
aí um conglomerado, são as coligações. Eu já tenho dúvidas se teremos, neste
ano, as três grandes forças disputando as eleições.
E aí alguém pode dizer que o quadro está bem configurado, o
bloco do governo rachou ao meio com a dissidência de Cássio e o bloco de
oposição de Veneziano. O que eu quero dizer é que as tentações para se juntar
forças e facilitar a vida na disputa vai permear este curso da campanha até
chegar à reta final.
Fui informado hoje de que na sexta-feira passada, no
encontro de Cássio com Vitalzinho, o assunto de tentação de se unirem ainda no
primeiro turno prevaleceu. Cássio teria proposto para Vitalzinho que Veneziano
fosse candidato a senador na sua chapa e garantiria, assim, a reeleição de
Vital daqui a quatro anos. Vitalzinho disse que poderia até aceitar, mas com
uma condição, Cássio pode não ser candidato e, neste cenário, Veneziano iria
para a cabeça de chapa e Ronaldinho iria para a vaga de senador. Assim, os dois
lograriam êxito juntando as forças contra Ricardo Coutinho.
Após a condição, Cássio pediu um tempo para pensar... Na
verdade, a proposta vinha sendo repetida de outros encontros dos senadores. Haverá
várias tentativas iguais a essas durante a campanha, não se admire se daqui a
pouco o próprio Ricardo Coutinho mandar um emissário para Cássio. Quando a
campanha esquentar, o governador pode tentar convencer Cássio a repensar seu
posicionamento usando como argumentos que juntos derrotaram o PMDB uma vez e farão
de novo.
Não se admire se Ricardo procurar o PMDB de Veneziano, Vital
e Maranhão para pedir um entendimento dizendo que juntos poderão derrotar
Cássio. Não existe favoritismo... E ainda há outra hipótese, se o ‘blocão’
sobreviver a essa tempestade de calor político, pode até ser que seja tragado
nessa tentativa de diminuir a possibilidade de grandes candidatos. Mas os
eleitores sabem que a campanha é cara e ter várias candidaturas significa que
cada um terá que gastar mais, muitos milhões, bater em muitas portas e se unindo
haverá redução de custos. Isso vale principalmente para o governador Ricardo
Coutinho que tem a máquina na mão, ele terá bons doadores para sua campanha
porque a máquina tem sempre mais força.
A tentação vai prevalecer até a reta final da campanha, eu
vou torcer contra!
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