Políticos paraibanos que não conseguiram se candidatar nas últimas eleições municipais, por terem sido enquadrados na Lei da Ficha Limpa, apostaram nos nomes de familiares para chegar ao poder. Mulheres, irmãos e filhos foram colocados na disputa. Em alguns municípios, muitos lograram êxito. Com mandatos em mãos, os escolhidos abriram espaço para que seus “padrinhos” participassem da administração, atuando em pastas que lhe garantem poder. Alguns deles não são nomeados de fato, mas exercem os cargos determinando os passos da gestão.
Em Puxinanã, o ex-prefeito Orlando Dantas de Miranda se candidatou, mas apresentou a mulher, Lúcia de Fátima Aires (PSB) e emplacou o mandato. Ele não tem portaria nomeando-o como secretário, mas confessou que responde pelas secretarias de Infraestrutura e Agricultura. “Respondo voluntariamente por essas pastas e ainda oriento os secretários da Educação e da Saúde. Na verdade, estou sempre em contato com todos os secretários, acompanho passo a passo toda a administração”, afirmou. Questionado sobre quem realmente teria o poder sobre a gestão, Orlando disse que a mulher é quem trabalha de fato, mas recebe suas orientações. “Dou a minha contribuição, pois já fui prefeito três vezes e conheço o município como a palma da minha mão. Mas ela é quem decide. Essa semana, ela esteve em Brasília e em João Pessoa, fechando vários convênios para trazer ações para Puxinanã”, afirmou. Segundo Orlando, o boato de que ele estaria de fato administrando a cidade é um factíide da oposição, que estaria inconformada com a derrota e que durante os oito anos na Prefeitura não fez nenhuma obra em Puxinanã. “Eu desafio a oposição a apontar pelo menos uma obra recente. Se mostrarem, eu mando minha mulher renunciar ao cargo de prefeita”, sentenciou. O ex-prefeito foi condenado pela Justiça Federal na Paraíba, em 2010, por aplicação em finalidade diversa de verbas públicas repassadas pelo Ministério da Saúde, através do Programa de Atenção Básica (PAB), bem como pelo uso de recursos em desacordo com as normas financeiras pertinentes. Ele teve os direitos políticos suspensos por um período de cinco anos. O ex-prefeito também foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades em um convênio firmado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) pela execução de 215 melhorias sanitárias domiciliares. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Paraíba (OAB-PB), Odon Bezerra, defendeu uma justiça mais célere para que candidatos com condenações na justiça, não se coloquem como candidatos e na véspera, retirarem suas candidaturas. “Tudo isso seria resolvido se nós tivéssemos uma justiça ágil e que não deixasse brechas para esse tipo de manobra. Esperamos que haja uma mudança para que os candidatos sejam barrados no ato de inscrição. O que queremos é uma eleição sem percalços”, frisou. |
Políticos paraibanos que não conseguiram se candidatar nas últimas eleições municipais, por terem sido enquadrados na Lei da Ficha Limpa, apostaram nos nomes de familiares para chegar ao poder. Mulheres, irmãos e filhos foram colocados na disputa. Em alguns municípios, muitos lograram êxito. Com mandatos em mãos, os escolhidos abriram espaço para que seus “padrinhos” participassem da administração, atuando em pastas que lhe garantem poder. Alguns deles não são nomeados de fato, mas exercem os cargos determinando os passos da gestão.
Em Puxinanã, o ex-prefeito Orlando Dantas de Miranda se candidatou, mas apresentou a mulher, Lúcia de Fátima Aires (PSB) e emplacou o mandato. Ele não tem portaria nomeando-o como secretário, mas confessou que responde pelas secretarias de Infraestrutura e Agricultura. “Respondo voluntariamente por essas pastas e ainda oriento os secretários da Educação e da Saúde. Na verdade, estou sempre em contato com todos os secretários, acompanho passo a passo toda a administração”, afirmou. Questionado sobre quem realmente teria o poder sobre a gestão, Orlando disse que a mulher é quem trabalha de fato, mas recebe suas orientações. “Dou a minha contribuição, pois já fui prefeito três vezes e conheço o município como a palma da minha mão. Mas ela é quem decide. Essa semana, ela esteve em Brasília e em João Pessoa, fechando vários convênios para trazer ações para Puxinanã”, afirmou. Segundo Orlando, o boato de que ele estaria de fato administrando a cidade é um factíide da oposição, que estaria inconformada com a derrota e que durante os oito anos na Prefeitura não fez nenhuma obra em Puxinanã. “Eu desafio a oposição a apontar pelo menos uma obra recente. Se mostrarem, eu mando minha mulher renunciar ao cargo de prefeita”, sentenciou. O ex-prefeito foi condenado pela Justiça Federal na Paraíba, em 2010, por aplicação em finalidade diversa de verbas públicas repassadas pelo Ministério da Saúde, através do Programa de Atenção Básica (PAB), bem como pelo uso de recursos em desacordo com as normas financeiras pertinentes. Ele teve os direitos políticos suspensos por um período de cinco anos. O ex-prefeito também foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades em um convênio firmado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) pela execução de 215 melhorias sanitárias domiciliares. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Paraíba (OAB-PB), Odon Bezerra, defendeu uma justiça mais célere para que candidatos com condenações na justiça, não se coloquem como candidatos e na véspera, retirarem suas candidaturas. “Tudo isso seria resolvido se nós tivéssemos uma justiça ágil e que não deixasse brechas para esse tipo de manobra. Esperamos que haja uma mudança para que os candidatos sejam barrados no ato de inscrição. O que queremos é uma eleição sem percalços”, frisou. |
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