Personagem Giovanni Improtta, interpretado pelo ator José Wilker, na novela "Senhora do Destino", da TV Globo
O velório do ator e diretor José Wilker, que morreu aos 69 anos,
teve início na noite deste sábado (5), no Teatro Ipanema, no Rio. Os
portões foram abertos às 23h30, e a movimentação na rua Prudente de
Morais já era grande desde as 19h.
Artistas e personalidades compareceram ao local para prestar as últimas
homenagens a Wilker, que morreu na manhã de sábado, vítima de um
infarto, enquanto dormia na casa da namorada, a jornalista Claudia
Montenegro, em Ipanema.
O teatro seguirá aberto ao público até as 15h deste domingo, quando o
corpo seguirá para o Memorial do Carmo, no cemitério do Caju, na zona
norte do Rio.
Wilker deixa duas filhas, Isabel e Mariana, que estão no velório, além
da mãe de Mariana, Renée de Vielmond, e da mãe de Isabel, Mônica Torres.
"Perdemos um homem extraordinário, um ator de televisão, teatro e
cinema. Um colega muito querido. Sentiremos muita falta", disse a atriz
Malu Mader.
Outra atriz, Susana Vieira, disse ter vivido um "casamento de 42 anos" com Wilker, começado na novela "O Bofe", de 1972.
"Eu me considero hoje a mais viúva de todas as atrizes", disse, emocionada.
"Zé, assiste a gente aí de cima com sua meia colorida, seu tênis rosa.
Cuida da gente aí. Lembrando Giovanni Improtta: 'se precisar, eu estou
aqui'. Ele era assim", completou Susana, fazendo referência a um dos
famosos personagens de Wilker.
Leia abaixo outras repercussões de amigos durante o velório:
"Todos estamos arrasados. Não se explica a dor, trabalhando o dia
inteiro e recebemos essa notícia logo pela manhã. Foi muito difícil.
Temos que lembrar desse grande homem, sofisticado, de uma fina ironia,
quero lembrar dos nossos encontros. Dos aniversários, de todos os bons
momentos", disse o ator Tony Ramos, que chegou a ser dirigido por
Wilker.
"É uma grande perda para a classe artística e um profundo pesar para
todos nós", comentou Marcelo Serrado, que disse ter conversado com
Wilker na véspera de sua morte e garantiu que ele estava bem.
"Depois da primeira novela em que o dirigi, brigamos e ficamos sem nos
falar: ele era muito agressivo quando jovem. Depois nós fizemos as pazes
e eu o dirigi em uma das minhas melhores obras, que foi 'Anos
Rebeldes'", disse o diretor Gilberto Braga.
"Ele abriu as portas da percepção da sociedade através da arte, através
da atuação também política. Isso está em falta hoje em dia", disse o
ator Eriberto Leão.
"Todo mundo acordou com o coração meio apertado. Foi tudo muito
chocante. Vai ser difícil repor o Wilker, muito difícil. É simbólico que
se faça o enterro aqui no Teatro onde ele começou a atuar aqui no Rio",
disse a atriz Giulia Gam.
"Era um tremendo amigo que eu tinha, cheio de inteligência e
irreverência. Vai ser difícil esquecer", disse o diretor e ator Denis
Carvalho.
"Debochávamos muito da vida. Ele tinha uma linguagem popular muito
direta que combinava com esse humor. Era um sujeito muito bacana", disse
Ary fontoura, visivelmente emocionado, um dos maiores parceiros de cena
de Wilker.
"Ele foi o primeiro grande ator que eu vi em cena, aqui em Arquiteto e
Imperador da Síria. Eu nem fazia teatro ainda, e isso me influenciou
enormemente. Eu acabei dirigindo ele na ultima novela, 'Amor À Vida'",
contou o diretor Wolf Maya.
"A primeira peça que eu vi com ele foi Trágico Acidente. E ele era um
ator fantástico. Me apaixonei por ele em cena, e depois trabalhamos
inúmeras vezes juntos. Ele influenciou uma geração inteira", disse a
atriz Renata Sorrah.
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